Cultura e Patrimônio

Uma cidade inicialmente agrícola, que se tornou industrial, transformando todo seu entorno, repleta de história e cultura.

As origens da cidade

 
Em 1740 foi identificada pela primeira vez, essa característica tão marcante da paisagem de nossa cidade – a curva do Rio Paraíba do Sul, nas terras até então ocupadas pelos Puri.

A partir dali deu-se início a um novo processo de ocupação do solo, com o surgimento de grandes fazendas que foram passando por inúmeros desmembramentos, resultando em uma série de outras propriedades, que hoje ainda podem ser vistas no território da cidade de Volta Redonda.

Inserida no hoje chamado Vale do Café, a cidade testemunhou os ciclos do açúcar, da cana-de-açúcar e da pecuária leiteira, ainda como parte do território da hoje vizinha, Barra Mansa.

Como testemunhas desse período ainda podem ser encontrados, alguns lugares de memória, dentre eles, fazendas remanescentes e ruínas. São elas: Três Poços, São João Batista, Santa Cecília, Santa Thereza, Ruínas da Fazenda Escobar e o muro da Fazenda Ponte Alta, Fazendas São Thiago, Cachoeira e Fazenda Cabeceira do Brandão.

Com o passar dos anos, no que viria a ser distrito do município de Barra Mansa – na região em que hoje é o bairro Niterói, ergueu-se o povoado de Santo Antônio da Volta Redonda, onde vemos a igreja de Santo Antônio.

Inicialmente, era uma pequena capela que, em 1955, foi demolida, dando lugar à uma nova igreja, inaugurada no mesmo ano e que pode ser vista nos dias atuais. A nova construção possui estilo eclético, misturando o gótico, neoclássico e elementos mouriscos. Os relatos históricos dão conta de que nessa região havia ainda uma ponte de madeira, que chegou a contar, inclusive com sistema de pedágio.

Um pequeno comércio se formava na região onde hoje é o centro da cidade e em 1871 chega a ferrovia, interligando o escoamento da produção das fazendas, que antes era feito pelo rio e desta época até 1888, foram surgindo outros elementos no pequeno povoado, tais como, agência de correios, 2 escolas no povoado e 2 fora dele, hospedaria, taberna, armazéns de secos e molhados, depósitos e oficinas,

Passando por estas e outras transformações, o território que recebeu plantações de cana e assistiu aos ciclos do café de 1820 – 1888 e da pecuária de leite de 1900 – 1940, assiste a um novo ciclo –  o da industrialização.

CURIOSIDADES

  • Composição do bairro Niterói: Igreja, escola, cadeia, bar do Camilo na cabeceira da ponte, padaria do Jucá Bastos, Ferraria di Zé Lima, Armazéns das famílias Goulart e Luiz Gomes, uma dezena de casas e um único sobrado.
  • Havia uma ponte de madeira ligando a margem direita à esquerda do Rio Paraíba do Sul e que era mantida pelos fazendeiros.
  • Fazenda João Batista. Compreendia toda até a área onde hoje é o bairro Niterói. Da Voldac ao Aero Clube, passando pelo Niterói e incluindo a Ilha São João.
  • Havia um cemitério no antigo campo de aviação, dentro da curva do Rio.

Uma grande mudança no Ciclo Industrial

A cidade, até então rural, que havia passado por três ciclos produtivos, na década de 1940,entra em uma nova fase, que diferenciaria do entorno de maneira definitiva.

Em 9 de abril de 1941 é assinado o decreto para a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e em 1º de outubro de 1946 é aceso Alto-Forno I, iniciando as atividades da primeira produtora integrada de aços planos no Brasil. O aço produzido em Volta Redonda foi um marco no processo brasileiro de industrialização e viabilizou a implantação das primeiras indústrias nacionais, núcleo do atual parque fabril brasileiro. A cidade e a empresa passaram por muitas mudanças, mas ainda hoje sustenta posição significativa no cenário nacional.

A instalação da usina trouxe consigo a demanda de inúmeros trabalhadores, necessários ao êxito do projeto. Assim, foi idealizado um projeto de cidade que na visão do então presidente Getúlio Vargas, deveria cumprir a função de tornar um modelo na América Latina. Para realizar o projeto da cidade operária, foi contratado o arquiteto e urbanista “Attilio Corrêa Lima” que delineou a proposta urbanística, a classificação e uso dos espaços. Attílio foi um engenheiro-arquiteto, urbanista e paisagista brasileiro. Seu projeto mais conhecido foi o plano urbanístico de Goiânia. Formado em Paris, foi aluno de Le Corbusier, precursor da arquitetura moderna e um dos mais importantes arquitetos do século XX, deixando estas influências expressas na cidade. “A incumbência recebida por Attílio era projetar uma cidade moderna, com aproximadamente 4.000 habitações individuais, infraestrutura adequada e equipamentos urbanos variados. O urbanismo, associado à arquitetura, deveria compor ‘a imagem de progresso a ser refletida para o país’ “.  (CALIFE, 2005)

O Projeto urbanístico de Volta Redonda em sua primeira proposta data cerca de 25 Km² entre a cidade de Barra Mansa e Pinheiral. “A proposta para a cidade operária previa diversas categorias e tipos de habitação, campo de esportes, playgrounds, escolas, pequeno centro comercial, água e esgoto […]”, elementos que podem ser vistos ainda hoje pela cidade em nosso roteiro. (DINIZ, CAREIRO, 2016). Outros arquitetos como Glauco do Couto Costa e Ricardo Tomasi, somaram-se ao projeto de cidade, dando os contornos que podem ser vistos atualmente, uma vez que o Attilio faleceu em 1943 em um acidente aéreo, não vendo concretizado seu projeto em Volta Redonda.

Uma história enraizada na industrialização e desenvolvimento econômico do Brasil

Fundada em 1941, durante o período de industrialização acelerada do Brasil, Volta Redonda rapidamente se tornou um ponto focal para o desenvolvimento econômico e social da região. Hoje, essa herança industrial coexiste harmoniosamente com uma atmosfera contemporânea e uma ampla gama de atividades culturais, comerciais, educacionais, de saúde, gastronômicas e de lazer.

Durante o governo de Getúlio Vargas, a cidade foi criada como parte de um projeto de industrialização do país. O objetivo era suprir a demanda por produtos siderúrgicos e impulsionar a economia nacional. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi estabelecida como o epicentro desse projeto, e Volta Redonda foi construída para abrigar os trabalhadores e suas famílias. Planejada pelo urbanista Attílio Correa Lima, é uma cidade que reflete uma visão moderna e estratégica de desenvolvimento urbano, a cidade cresceu rapidamente em torno da CSN, tornando-se um importante centro urbano na região.

Ao longo das décadas, Volta Redonda testemunhou períodos de expansão e transformação, enfrentando desafios econômicos e sociais, mas também celebrando conquistas e avanços significativos. A cidade passou por mudanças estruturais e se diversificou além da indústria siderúrgica, desenvolvendo setores como comércio, serviços, saúde e educação e hoje é uma referência no estado.

Hoje, Volta Redonda é uma cidade vibrante e dinâmica, com uma população diversificada e uma rica cultura. Sua história industrial ainda é parte fundamental de sua identidade, mas a cidade também se destaca por sua qualidade de vida, educação e atividades culturais, esportivas e muito mais.

Revisado por Djalma Augusto dos Santos Mello

City Tour

Igreja Santo Antônio

Praça Brasil

Memorial 9 de Novembro

Hotel Bela Vista

Igreja Santa Cecília

Escola Técnica Pandiá Calógeras